Experimentaremos efeitos adversos
Aqui eu apresento o meu mais recente texto no Boletim Informações Fipe. Nele eu argumento que a incerteza global aumentou, e que um dos efeitos colaterais desse aumento é a redução nas inovações tecnológicas relacionadas à transição energética e à mitigação da mudança climática (inovações verdes).
Veja a figura abaixo, que mostra duas medidas de incerteza (CPU e EPU) e a temperatura do planeta (temp).
Como medir incerteza? Como incerteza é um termo intangível, utilizamos índices que capturam esse sentimento. O CPU (climate policy uncertainty) mensura a quantidade de vezes que termos como "incerteza e dúvidas climáticas" aparecem em jornais. EPU (economic policy uncertainty) captura expressões que denotam incertezas no campo econômico. Assim, a maior frequência desses termos denotaria maior incerteza. Veja na figura que tanto o CPU quanto o EPU subiram ao longo do tempo. Juntamente com esse aumento, temos também o aumento da temperatura. Essas variáveis são relacionadas (correlacionadas é o termo técnico usado), como mostro do artigo (e sim, estamos vivendo em um período com maior incerteza do que no passado).
A ideia é simples: como investimentos em inovações exigem longos períodos e são altamente incertos, maior incerteza climática e econômica os afetam negativamente. Talvez empresários, empreendedores e investidores prefiram investir em setores mais conservadores, com menor retorno, porém com também menor risco. De toda forma, como mostrado na figura, estamos vivendo em um período de maior incerteza, com maiores temperaturas globais. Eu realizo exercícios com dados empíricos, matemática e estatística (econometria) para mostrar que o aumento da incerteza global impacta as inovações verdes, as reduzindo.
Tempos difíceis, meu caro.
O texto está neste link (página 33).
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