quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Entrevista para o CNPq

Mais Detalhes do Prêmio Mercosul de Ciência

entrevista mercosul


Seguindo os trâmites do Prêmio que recebi nesse mês, fui convidado pela organização a conceder uma entrevista contando um pouco dos bastidores de minha participação e agenda de pesquisa.

O Prêmio Mercosul de Ciência convocou pesquisadores para discutirem os desafios da segurança alimentar para os países do Mercosul. 

Eu mostrei no artigo que a mudança climática irá elevar os preços de alimentos, colocando pressão sobre a extrema pobreza.

Reproduzo as principais partes da entrevista:



Luccas Attílio, primeiro lugar na categoria jovem pesquisador, por sua vez, salienta que o Prêmio Mercosul mostra que os produtos gerados pelas universidades e pela pesquisa devem contribuir com a sociedade. “Essa premiação mostrou que eu estou na direção correta a respeito de meus esforços, estudo, disciplina, consistência e pesquisa. O prêmio mostra que minha pesquisa está antenada com os desafios atuais e com as necessidades da sociedade. A vida acadêmica é permeada por várias dificuldades e obstáculos (e rejeições!) – e vencer um prêmio dessa grandeza ajuda a continuar essa caminhada”, diz ele, para quem as mudanças climáticas podem exacerbar desafios atuais, em especial a falta de segurança alimentar em determinados estratos da sociedade.

"Minha agenda de pesquisa é sobre os efeitos da mudança climática e da transição energética sobre a sociedade e como políticas públicas podem mitigar efeitos colaterais produzidos pela mudança climática", explica Attílio. Ele diz que incorporou o tema da mudança climática no estudo de agregados macroeconômicos porque percebeu que a  economia é um dos elementos que gera e promove a mudança climática. Attílio foi agraciado com o trabalho Impacto da Mudança Climática sobre a Segurança Alimentar do Mercosul, que aponta a vulnerabilidade dos países do Mercosul frente à mudança do clima.

Os preços de alimentos podem subir com o progresso da mudança climática, colocando pressão sobre populações vulneráveis. Em particular, o objetivo de melhorar a segurança alimentar pode se tornar ainda mais desafiador no futuro”, afirma ele, que ressalta a importância de se fornecer evidência empírica dos custos que a mudança climática pode impor à população. As provas desse impacto são construídas com modelos avançados de matemática e estatística e, dados os resultados, as aplicações práticas se referem à construção de políticas públicas para minimizar o impacto negativo sobre a população.

As políticas podem ser resumidas em três blocos. O primeiro é a transferência de renda, alimentos e recursos para indivíduos diretamente expostos ao aumento do custo de alimentos. A segunda é a criação do Fundo de Emergência Climática (FEC), que forneceria recursos para financiar as políticas do bloco um ao mesmo tempo mantendo a posição fiscal dos países. O terceiro bloco é aumentar a integração comercial entre os países do bloco, o que elevaria a produção de alimentos e reduziria os seus preços”, afirma Attílio. Para ele, esses três blocos ajudariam os países do Mercosul a buscar a melhora na segurança alimentar.

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Eu fiz um vídeo no Youtube onde explico em detalhes o artigo que escrevi: 





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