Mercados caminham de forma próxima
No Brasil, quando o preço do petróleo se altera, temos, além de mudanças nos preços da gasolina, alterações nos preços do etanol.
Isso não é algo aleatório, decorre, em parte, da legislação: nos últimos anos, 25 a 30% da gasolina deve ser composta por etanol.
Uma justificativa é a de que o etanol é uma energia limpa e renovável, que agride pouco o planeta.
No sentido de combater a mudança climática e o aquecimento global (escrevo essas linhas da cidade de Ubá, MG, uma das cidades mais quentes da região; no momento, o termômetro está batendo 35º - imagine uma cidade com pouca área verde e muito concreto, o qual ajuda a reter calor...), o aumento da quantidade de etanol ajuda a reduzir o dano do uso de gasolina.
Vale lembrar que a gasolina é derivada do petróleo, um combustível fóssil, entre os principais responsáveis pelas emissões de gases poluentes.
Até recentemente, o Brasil foi o maior produtor de etanol do planeta, sendo ultrapassado pelos Estados Unidos.
Mas continuamos bem na figura.
Outra vantagem do etanol é que ele é derivado da produção de milho e cana de açúcar, ou seja, ao passo que se produz alimentos para a população, também se produz um subproduto, que atende todo o país, um combustível que pode se tornar o principal combustível nas próximas décadas.
(Há quem aposte mais em carros movidos por etanol do que carros elétricos).
E por que toda essa falação de etanol?
Porque eu mostrei, estatisticamente, que os mercados de etanol da Índia, do Brasil e dos Estados Unidos são integrados no mais recente Boletim Informações Fipe.
A Índia tem apostado na energia limpa, assim como a China, como política para se tornarem potências futuras.
O Brasil tem o potencial natural, com várias fontes de energia limpa, como a energia hidráulica, eólica, solar e biocombustível.
Parece que, se o futuro será pela transição energética, o Brasil terá novamente a chance de se tornar protagonista no cenário global.
O meu pessimismo me empurra a escrever também que poderemos ter outro fracasso e chance desperdiçada.
Tudo vai depender de políticas energéticas e econômicas condizentes com maior produção, incentivo ao empreendedorismo e ao comércio internacional.
Cenas para os próximos anos.
O artigo do Boletim Informações Fipe pode ser visto aqui. Meu artigo está na página 52.

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