Ascensão chinesa criou novo foco de flutuação econômica
Nessa semana eu tive duas publicações científicas. Hoje falarei da primeira, e na próxima semana eu detalharei o segundo artigo. A publicação foi na revista National Accounting Review, cujo artigo é Impact of Chinese financial shocks: A GVAR approach (Impacto de choques financeiros na China: uma abordagem GVAR). Minha motivação para ter construído esse estudo foi a possibilidade de uma crise financeira na China, iniciando pelo seu setor imobiliário. Atualmente, esse evento tem ganhado mais força, em especial por conta do endividamento de empresas chinesas, a desaceleração do crescimento de sua economia, e o desejo do governo chinês em aumentar o controle sobre empresas.
No artigo eu mostro que uma crise financeira na China causaria uma recessão global, diminuindo o PIB de economias localizadas em diferentes continentes. Portanto, a economia mundial sentiria as consequências do que ocorrer no sistema financeiro do gigante asiático.
Outra consequência é a depreciação generalizada de várias moedas nacionais, gerando o famoso efeito "voo de qualidade (ou voo de segurança)", quando capitais aplicados em economias desenvolvidas e em desenvolvimento fluem para o porto seguro, a economia dos Estados Unidos, por causa do status do dólar como ativo financeiro mais confiável do mundo. É um desdobramento normal em crises econômicas. Investidores se sentem inseguros em meio a incerteza econômica, e preferem ter seus ganhos reduzidos do que perder grande parte de suas aplicações.
Outro resultado é o aumento da influência da China sobre a economia mundial. Veja a figura abaixo, retirada do artigo, a qual mostra a proporção do PIB da China com a economia mundial (China/World), o PIB chinês dividido pelo PIB de economias ricas (China/High Income), e o PIB chinês dividido pelo PIB de economias pobres e de renda média (China/Low and Middle Income). Note que em todos os casos as linha sobem substancialmente desde os anos de 2000. É sinal tanto do fortalecimento da economia chinesa quanto da maior integração da China com a economia mundial. Portanto, maior integração econômica pode significar maior vulnerabilidade da economia mundial ao que ocorre na China.
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