sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Mulheres deveriam apoiar o livre mercado


A impessoalidade da economia é uma aliada no empoderamento feminino


Livre mercado ajuda mulheres


Historicamente as mulheres foram colocadas em um patamar inferior ao dos homens na hierarquia social em diversas sociedades. O curioso é que essa característica ocorreu mesmo se considerarmos sociedades que não tiveram nenhum contato prévio entre elas. Tanto no império Asteca (no continente americano) quanto no império romano (no continente europeu) as mulheres eram preteridas na hierarquia organizacional.
Felizmente, porém, esse hiato tem se estreitado nas últimas décadas. Mulheres têm ocupado cargos políticos mais importantes, como de deputadas e senadoras, e cargos de chefia em importantes empresas. A francesa Christine Lagarde foi diretora-geral do FMI, a principal instituição fiscalizadora das contas externas das economias, e hoje é presidente do Banco Central Europeu, a principal autoridade monetária de todo o bloco do Euro. No ano de 2005, a alemã Angela Merkel se tornou chanceler na Alemanha; seis anos depois, Dilma Rousseff se tornou a primeira presidente do Brasil. Outros exemplos abundam. Ainda não chegamos ao ponto ideal, mas é reconhecidamente muito melhor do que o quadro existente nos séculos passados.
      A entrada das mulheres no mercado de trabalho não foi um evento fortuito. Há quem argumente que a invenção das máquinas de lavar impulsionou a ascensão social das mulheres. Antes dessa máquina as mulheres passavam várias horas do dia lavando roupas, mas com essa novidade tecnológica o tempo foi poupado e realocado para outras tarefas, como o trabalho não doméstico.
A impessoalidade do mercado de trabalho também merece destaque. Quando vamos realizar determinada compra, por exemplo um pão na padaria, não perguntamos se quem o produziu era homem, mulher, asiático, homossexual, vascaíno, fascista ou marxista. Desejamos um produto de boa qualidade a um preço considerado justo. Esse raciocínio é válido para as diversas mercadorias no mercado. Pode-se dizer que a maioria dos consumidores deseja produtos de melhor qualidade ao menor preço possível.
Veja que é a produtividade a mola central desse raciocínio. No mercado de trabalho, os trabalhadores mais produtivos tendem a receber os melhores salários. A discriminação é pouco interessante e lucrativa para os empresários. Um empresário que discriminar entre os seus funcionários tenderá a perder dinheiro, pois o seu concorrente poderá recrutar pessoas mais produtivas – e rejeitadas por aquele empresário.
Existe uma interligação entre a ascensão social das mulheres e a economia capitalista de livre mercado. Obviamente que outros fatores interferem nessa relação, como movimentos apoiando as mulheres, leis mais igualitárias e maior acesso à educação. Entretanto, não é irrelevante a função do mercado de trabalho e toda a impessoalidade na seleção dos trabalhadores que o caracteriza. Empresários preconceituosos existem e provavelmente discriminam contra as mulheres: contratam homens menos produtivos do que mulheres mais produtivas. Mas o prejuízo e a perda de clientes e de mercado subsequentes serão de sua inteira responsabilidade.

3 comentários:

  1. Ainda há muito o que se conquistar pelas mulheres no mercado de trabalho. As questões levantadas no texto já são de grande importância,mas infelizmente a impessoalidade e a produtividade ainda não são levadas em conta por muitas empresas. Mulheres em idade fértil ou com filhos perdem para homens em entrevistas de emprego, pois o empregador não quer ter que pensar em licença maternidade,possíveis faltas por causa de filhos, etc. Ainda que a mulher "de conta" e às vezes produza mais que um homem nessas condições, isso não é levado em consideração. Ainda temos muito o que conquistar.

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    1. Sim, há espaço para evoluir na inserção das mulheres. Veja que a impessoalidade age no sentido de beneficiar as mulheres mais produtivas. As questões levantadas por você já entram em outra discussão, sobre o custo da mão de obra... Considerando somente a impessoalidade, o mercado atua na igualdade de gênero.

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  2. Na Europa pré-capitalista, as mulheres tinham poder sobre as terras e outros bens, contudo, no início da era capitalista elas foram despojadas não somente das terras, mas também do seu direito de trabalhar. Por fim, foi tirado delas (de nós) o direito sobre o próprio corpo que passou a ser visto como um simples instrumento a ser usado como instrumento de controle de natalidade e produtividade.

    Além disso, existem muitos outros argumentos contra e favor. Já parou pra pensar, por exemplo, que o modelo de produção capitalista pode ter sido um grande fomentador das diferenças entre homens e mulheres??

    Texto um tanto quanto raso, na minha opinião. Além de tratar um assunto complexo e muito importante de maneira banal, sem dado algum e sem nenhuma referência de fato relevante ou um a, ainda leva um título, ao meu ver, machista.


    Mais um macho falando o que as mulheres deveriam fazer de acordo com suas próprias ideias. Você pode até sugerir tal coisa, mas não falar o que nós deveríamos, ou não fazer.

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