Tem falhado pouco? Sinal de que não está tentando muito atingir os seus objetivos
Vez ou outra quando escuto entrevistas e depoimentos de pessoas que foram bem sucedidas, sempre há a mensagem de que deveríamos tentar e tentar e tentar. Não se incomodar com os insucessos e falhas que iremos encontrar no caminho. Faz parte da jornada.
Eu tomei conhecimento de Amy Edmondson em uma reportagem da Folha de S. Paulo, na qual comentava a derrota (esmagadora) de Anisimova na final feminina de tênis de Wimbledon (dois sets de 6 a 0; seria algo do tipo 7 a 1 no futebol).
Após a derrota, Anisimova não tentou achar desculpas pela derrota, prática tão comum, por exemplo, no futebol. Disse que voltará mais forte com a derrota.
Curioso, busquei o livro de Amy. E aqui estamos.
O livro O Tipo Certo de Erro: A Ciência de Falhar Bem é exatamente sobre essa ideia. Ele explora as vantagens de fracassos. O diferencial da obra é que ela é construída na pesquisa científica de Amy Edmondson, que também fornece consultorias para empresas.
Parece um paradoxo, certo? Falhar seria bom?
O ponto é que nós precisamos aprender com as nossas falhas. Empresas de inovação acumulam erros e falhas para que possam mapear novos caminhos e produzir novos materiais. Como documentado no livro, a Toyota, empresa de automóveis japonesa, segue uma estratégia na qual, em cada etapa de produção, os seus funcionários têm liberdade para reportarem erros.
Essa liberdade em expressar erros e problemas técnicos ajuda a se prevenir com futuros erros. Outra mensagem derivada desse ponto é a recomendação que empresas e organizações criem um ambiente propício para que todos possam compartilhar suas dúvidas, erros e sugestões.
Quando funcionários percebem que serão julgados negativamente, irão se retrair e não irão reportar os erros. Mas os erros se acumularão.
"Falhas são uma parte inevitável do progresso". Eu desconheço inovadores, empreendedores e atletas que conseguiram atingir os seus objetivos nas primeiras tentativas. Houve perseverança. Houve aprendizado com os erros.
Um dos principais resultados das pesquisas de Amy é que os melhores times (no contexto de saúde) não foram os que mais cometeram erros, mas os que reportaram mais erros. Daí a importância da liberdade de se posicionar.
Na esfera individual, temos dificuldades em assumir nossos erros e falhas. Faz parecer que somos menos do que achávamos. Ou que iremos parecer fracos e vulneráveis. Ou mesmo incompetentes. O receio com o julgamento alheio, aquela plateia sempre presente, pode nos prejudicar.
A dica de Amy é que saibamos nos perdoar por nossos erros. Profissionalmente, é uma certeza que iremos cometer erros e mais erros. Mas é nossa opção aprender com eles e usá-los em nosso favor.
Como afirmado pelo jogador de hóquei canadense, Wayne Gretzky, "você erra 100% os arremesmos que não faz". 100%. É isso aí. Será uma certeza não atingir o seu objetivo caso não aceite enfrentar as falhas.
Como experiência pessoal, admito que minha vida melhorou muito desde quando decidi realizar várias tentativas e aceitar as falhas que as acompanham. Aprendi que isso me fez ficar mais forte mentalmente: aceitar e enfrentar adversidades, fracassos e derrotas me fortaleceu, encorajando novos passos, novas empreitadas, novos desafios. É um processo.
Desta forma, concordei muito com a mensagem da obra. E também concordo com quem afirma que temos de falhar e falhar até conseguirmos chegar onde desejamos (a propósito, eu ainda não atingi minhas metas).
Para finalizar, deixo abaixo algumas das ótimas citações do livro. Destaque para as mensagens de Robert Kennedy, Thomas Edison e Theodore Roosevelt.
Não tenho medo de tempestades, pois estou aprendendo a navegar meu navio (Louisa May Alcott).
Sucesso é tropeçar de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo (Winston Churchill).
Somente aqueles que ousam fracassar grandemente podem alcançar grandes feitos (Robert F. Kennedy)
Eu não fracassei. Apenas encontrei dez mil maneiras que não funcionam (Atribuído a Thomas A. Edison).
O único homem que nunca comete um erro é aquele que nunca faz nada (Theodore Roosevelt).
Para mim, perder uma partida de tênis não é fracasso. É pesquisa (Billie Jean King)
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