Resenha: Feliz (Fearne Cotton)

Simplicidade, calma e moderação - a receita de Fearne para uma vida tranquila

Eu assisti a um podcast de Fearne Cotton no Youtube. Gostei e resolvi ler um de seus livros. Me chamou a atenção também que Fearne é uma escritora com alguns best sellers na conta.

No final das contas, não me arrependi da leitura do livro Feliz: Encontrar alegria em cada dia e abrir mão do perfeito (o original é Happy: Finding joy in every day and letting go of perfect). O livro é leve, com linguagem simples e pouco aprofunda nas discussões que inicia (para mim isso é um ponto fraco porque eu gosto de profundidade). É como se fosse uma conversa informal com a autora – e talvez esse seja o diferencial de Fearne.

Outro diferencial é que a autora se coloca constantemente no meio da leitura, se abrindo e compartilhando momentos e experiências de sua vida. Em outras palavras, ao ler a obra, é como se Fearne estivesse dialogando conosco.

A proposta do livro é ajudar leitores a ter uma vida equilibrada e feliz. Na opinião da autora, isso significa ter uma mente aberta, um coração aberto e disciplina. Apreciar as pequenas coisas da vida, como uma xícara de café. É uma constante da obra: saber tirar um pouco de satisfação das pequenas coisas da vida. Elas podem salvar dias difíceis.

É o mesmo conselho dado por Jordan Peterson em 12 Regras para a Vida: Um Antídoto para o Caos (resenha aqui), quando não conseguimos ver uma direção, uma luz em situações desafiadoras. Ou mesmo quando estamos em um dia ruim. "Acariciar um gatinho", como dito por Peterson, pode ser o primeiro passo.

Fearne recomenda que não fiquemos buscando somente os altos momentos na vida (emprego dos sonhos, viagem dos sonhos) e fugindo de situações ruins. Que as aceitemos. Com calma - outra constante em sua obra. Cabeça fria. Aqui ajuda as experiências da autora, humanizando a obra. 

Alguns dos conselhos que podem ser encontrados no livro:

1. Não se apavore com momentos ruins: eles sempre passam (é verdade)

2. Aprenda a entender a si mesmo (à la Sócrates, "conhece a ti mesmo")

3. Tire tempo para parar - em um mundo cada vez mais rápido

4. Seja corajoso e ousado - seja você

5. Aplique a auto preservação

6. Cuidado com redes sociais e tempo excessivo em celulares

7. Mostre gratidão

8. Agradeça os tropeços e quedas que teve na vida - forneceram lições 

9. Sorria

10. Aprenda a gostar de si mesmo

Dessas dicas, eu procuro aplicar os números 3, 5, 6 e 8. Não parar e descansar me ensinou uma lição, como escrevi no texto sobre burnout. Apesar de ser difícil ter pausas, em um mundo que grita para sermos produtivos - e sempre continuarmos a nos superar -, precisamos de descanso e de nos preservar. 

O ponto 6 se tornou uma meta em minha vida. Tenho reduzido constantemente o tempo em redes sociais. Atualmente eu limitei o tempo no Instagran para 15 minutos e programei meu celular para desativar as redes sociais quando eu passar 40 minutos usando elas. Na verdade, tem um tempo que sigo esse caminho. Toda pessoa comprometida com desempenho profissional e pessoal tende a dar essa sugestão.

Minha ansiedade melhorou muito com essa postura. Eu recomendo. 

(claro, algumas pessoas reclamaram, mas depois entenderam quando eu expliquei o meu "sumiço" das redes).

O ponto 8 é uma boa dica. Sabermos lidar com derrotas e extrair lições delas. Ousar. É o argumento central da obra A Coragem de Ser Imperfeito, de Brené Brown.  

E sorria! 

Em resumo, o livro é simples. Um livro mais complexo questionaria o que é felicidade e se deveríamos buscar ela. Não é o caso de Fearne. Talvez essa simplicidade ajude a explicar o seu sucesso.  Todos precisamos de leveza e simplicidade em algum momento em nossas vidas. 

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Aos interessados, aqui está o canal de Fearne no Youtube.