quinta-feira, 22 de abril de 2021

Covid-19, ao inviabilizar o aumento da produção, colocou Estados em complicada situação

Como conciliar apoio financeiro à população com finanças em queda?

classe média


As reportagens mostrando que a classe média brasileira teve de cortar gastos desde o início da pandemia em virtude de queda de sua renda, e que indivíduos da Índia estão deixando o patamar de classe média para entrarem no de pobreza, evidenciam consequências esperadas, em um sentido econômico, advindas da Covid-19. O vírus desorganizou cadeias de produção, reduziu o comércio internacional e debilitou as finanças públicas. No caso dessa última, mesmo que governos se prontifiquem a mitigar a perda de renda da população, há limites para a extensão desse tipo de gasto. O gasto público, como tantos outros bens e mercadorias, é um recurso escasso

Claro que países podem ignorar essa informação e prosseguir com o aumento do gasto para ajudar a população. Todavia, essa medida terá como consequência o aumento do endividamento público. O aumento do passivo público fará com que as taxas de juros subam, pois o país, como qualquer devedor que aumenta a sua dívida sem apresentar melhoras no horizonte próximo, será visto como devedor duvidoso. Um possível calote da dívida (default) pode ocorrer. Caso a situação persista, o caminho se torna pior ainda: aumento da taxa de inflação, desvalorização da taxa de câmbio, desemprego, queda do PIB, saída de capitais externos...

Dessa forma, é normal e esperado que notícias retratando a perda de renda da população apareçam nas próximas semanas. A melhor forma de elevar o padrão de vida, auxiliando o combate à pobreza, é o aumento tanto da produção quanto da produtividade. Mas como dito, a Covid-19 praticamente impossibilitou essa alternativa, ao menos por enquanto. 

Continuamos dependendo da vacinação em massa para que a retomada econômica ocorra. Ao mesmo tempo, porém, a ansiedade e nervosismo se recrudescem com possíveis restrições sobre o comércio como forma de reduzir contaminações. Estamos vivendo, de fato, tempos difíceis. Que nossos políticos não piorem a situação realizando políticas equivocadas, leia-se, elevar o gasto público para patamares ainda maiores em setores não prioritários, o que geraria dificuldades adicionais no futuro, quando estivermos livres do vírus. 

Alunos de economia aprendem logo no início do curso que a recomendação é a de que governos poupem nos tempos bons, para que quando os tempos duros e difíceis chegarem, terem uma poupança, poder de fogo, para utilizar, sem complicar a situação do Estado. Não seguimos essa cartilha, agora pagamos o preço. 






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