segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Endividamento público caminha para abismo fiscal

Omissão na realização de reformas estruturais custará caro ao país

crise brasil financial times


O jornal Financial Times alertou que a economia brasileira caminha para o seu limite. Por limite, é a incapacidade de rolar sua dívida, isto é, conseguir empréstimos para financiarem os gastos públicos. Em geral, quando algum país atinge essa situação, este perde também o seu equilíbrio macroeconômico. Temos um cenário com preços crescentes, câmbio descontrolado, juros elevados e estagnação do crescimento. Aproximaríamos um pouco da situação venezuelana. 

Ainda segundo o Financial Times, um dos culpados para essa situação é o crescente gasto público: funcionalismo público e previdência. Para piorar, a pandemia que enfrentamos forçou o governo a gastar o que não tinha, logo, o endividamento público piorou. Infelizmente, há enorme pressão da população para que os auxílios emergenciais continuem a serem distribuídos. Há o argumento de que é uma falácia o fato de que o governo enfrenta restrições fiscais, o que poderia inviabilizar a assunção de novos gastos. Mais um equívoco na vida de nós brasileiros. Todas as economias sofrem restrições fiscais, pois os recursos são finitos.

Uma forma de aliviar essa situação (que caminha, como avaliou corretamente o jornal, para um abismo) é reverter a trajetória da dívida pública/PIB. A reforma tributária ajudaria a elevar as receitas, a reforma administrativa cortaria gastos e a reforma de abertura econômica promoveria o crescimento da produção. Claro, sendo otimista com a forma com que essas reformas seriam construídas. 

Os presidentes tanto da Câmara quanto do Senado se alteraram. Resta esperar se estes exercerão o papel de orquestradores, conciliando a pauta econômica com a viabilidade política. O poder executivo, sob a diretriz do Ministério da Economia, tem de exercer influência em todo processo, mostrando a necessidade das reformas, defendendo suas pautas e respondendo acusações sem fundamento que surgirão da oposição.  

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