terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Pedágio por atraso na vacinação não sairá barato

Como sempre, o preço de políticas equivocadas sempre chega

crescimento brasil mundo


Na primeira parte do ano passado, quando a Covid-19 apareceu no nosso país, ganhou notoriedade um estudo mostrando que durante a gripe espanhola de 1918, nos Estados Unidos, estados que tomaram medidas mais rígidas para conter a disseminação do vírus foram aqueles que se recuperaram mais rapidamente. Era uma evidência científica de que esse era o melhor método para lidar com pandemias, e de que a discussão sobre um possível trade-off entre medidas de segurança e crescimento econômico não existia.

Nessa semana, o presidente do Itaú divulgou os resultados de previsões do banco sugerindo o mesmo raciocínio. Caso nosso país atrase as vacinações, o crescimento do PIB desse ano sofrerá forte recuo. Talvez avançaremos metade do que poderíamos crescer. 

Como afirmei em texto anterior, a produção de trabalhos tratando sobre a Covid-19 mostrarão que adotamos o caminho mais caro e árduo. Sairia muito mais barato para os cofres públicos e para a economia privada um plano de contenção e disseminação de imunidade para os brasileiros. Auxílios emergenciais e créditos subsidiados são políticas custosas para um país que sofre de crônico e grave endividamento público. 

Aquisições de vacinas estão sendo disputadas. Mesmo a Zona do Euro, composta por nações desenvolvidas, está sofrendo com atrasos de entregas. O mundo percebeu que fornecer vacinas para os seus habitantes é a resposta correta para a Covid-19, e não medicamentos com eficácia não comprovada. Nos últimos dias, a Organização Mundial da Saúde (OMS), vista por alguns como braço comunista, tese mais do que equivocada, se comprometeu em fornecer vacinas para o Brasil: 14 milhões de doses. É pouco, mas melhor do que nada.

O caminho para a superação da Covid-19 está desenhado, a questão é a transição para ele. Por fim, a expansão do PIB é relacionada com o aumento do número de vagas de trabalho, aumento dos salários, maior consumo de bens e serviços, elevação do bem estar da população e incremento das receitas públicas para programas sociais. Por isso é importante buscar o seu crescimento.


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