quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Preços precisam de flexibilidade para se ajustarem

Mercados são uma das formas mais eficientes de provisão de serviços

intervenção nos preços


Empresas estatais não precisam de ter uma "visão social" para contribuírem com o bem estar da sociedade. Por vezes esse argumento é levantado, juntamente com o fato de que o Brasil possui milhões de indivíduos pobres, incapazes de pagarem pelo recebimento de serviços básicos. Logo, a solução seria fornecer esses produtos a preços baixos, controlados pelo governo. 

Esse raciocínio é equivocado porque ignora que em uma economia de mercado os preços precisam de flexibilidade para oscilarem, além de funcionarem como âncoras das tomadas de decisões de consumidores e de empresas. Em geral, quando os custos de produção se elevam, as empresas tendem a elevarem os seus preços, como forma de preservação dos lucros. Esses lucros não funcionam apenas para engordar os bolsos de poucos executivos, mas são distribuídos como dividendos para milhares de acionistas e financiam futuros investimentos da empresa. A incapacidade de alterar o patamar dos preços prejudica as empresas no curto e no longo prazo, dadas as alterações constantes que o cenário econômico perpassa. 

Quanto aos brasileiros de baixa renda, caso o governo julgue necessário ajudá-los, melhor medida seria a transferência direta de renda. Procedendo dessa forma, os preços não precisariam de ser alterados, a liberdade desses indivíduos seria respeitada (serão eles quem decidirão o que fazer com a transferência) e o governo manteria nível baixo de intervenção no setor produtivo. Intervenções públicas no setor produtivo costumam distorcer os preços e prejudicar toda a economia. A história é repleta de exemplos que corroboram essa afirmação. 

Estudantes de economia aprendem logo no início do curso que o mercado é uma das formas mais eficientes de organização da atividade econômica. Mas para que isso ocorra, os preços precisam oscilar, não por canetada de algum político, mas pelas forças da oferta (produtores) e da demanda (consumidores). 





Nenhum comentário:

Postar um comentário