sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Israel vacinou 14% de sua população

Aposta do primeiro ministro pode funcionar e render bônus eleitorais

desenvolvimento


A principal questão de nível mundial nas próximas semanas será a vacinação da Covid-19. O noticiário brasileiro tem mostrado as dificuldades que o governo enfrenta tanto em adquirir seringas quanto ao recebimento das vacinas. Nesse sentido, a revista The Economist construiu um gráfico mostrando a quantidade de vacinas ministradas a cada 100 habitantes

covid-19


Israel se destaca por ter imunizado 14% da população, enquanto os demais países não atingiram sequer o patamar de 5%. A revista apontou 3 fatores que podem ajudar a explicar o quadro: i) o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, realizou acordos de compras de vacinas muito antes dos testes (justificou que sairia mais barato essa aposta, do que tomar mais tempo para vacinar a população); ii) o sistema de saúde de Israel promove concorrência entre 4 agências responsáveis por cuidar da população. Estas disputam clientes para receber financiamento público; iii) Israel não é um país grande, com 9 milhões de habitantes. 

Uma curiosidade do gráfico é que a maioria dos países que estão na dianteira da vacinação são nações desenvolvidas e ricas, com as exceções de Rússia e China. Economias avançadas apresentam melhores instituições, regras e cumprimento de contratos e leis. Logo, o sistema de saúde também tende a ser mais eficiente. O planejamento público, no caso presente, vacinar a população, funciona melhor do que em economias emergentes. Dessa forma, não causa surpresa a ausência de países atrasados nesse gráfico. 

Aqui no Brasil, ainda não iniciamos a vacinação da população. Temos problemas com a quantidade de seringas. Ademais, parte expressiva dos brasileiros abandonou medidas de prevenção. Considerando a forma como a Covid-19 foi tratada formalmente (governo) e informalmente (redes sociais), seria ingenuidade afirmar que o quadro atual não era esperado. 





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