Artigo do NBER mostra a dificuldade de fugir da armadilha do clientelismo
Estados fracos, que não conseguem realizar políticas públicas que favoreçam a sociedade, mas que direcionam o seu ferramental para atender interesses privados, estão condenados ao ciclo vicioso de maior clientelismo político, que por sua vez reforça a fraqueza do Estado. É um ciclo difícil de quebrar e de ser superado. É o que mostra o artigo recém publicado no NBER por Leopoldo Fergusson, Carlos A. Molina e James A. Robinson: The Weak State Trap.
Fraqueza do Estado é representada pela proxy evasão fiscal e clientelismo pela proxy compra de votos. Os autores apontam que o clientelismo - no sentido de trocar favores políticos por votos/dinheiro - é algo disseminado não somente no alto escalão político da Colômbia, como também é visto na vida dos cidadãos, sendo inclusive amplamente aceito pela população.
Considerei interessante esse artigo, porque justamente nessa semana eu pensei na dificuldade que é a de um Estado conseguir se livrar de interesses privados, com grande influência sobre a política, direcionando leis e gastos públicos para favorecer poucos agentes da economia. No Brasil tivemos a Operação Lava Jato que mostrou um pouco dessa realidade na política, mas parece que ela não terá o efeito que eu imaginei, o de arrefecer significativamente o quadro clientelista do Brasil.
O link do artigo é: https://www.nber.org/papers/w26848.pdf
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