Debate econômico ganharia se aprofundássemos nos detalhes
Marcos Lisboa teceu críticas ao debate econômico do Brasil hoje no jornal Folha de S. Paulo.
Segundo Lisboa, a discussão estaria pobre devido a sua excessiva simplificação, qual seja, expandir o gasto do governo ou prosseguir o ajuste fiscal.
Ele chama a atenção para tópicos omitidos na discussão, como:
i) regras tributárias que incentivam investimento em setores ineficientes;
ii) infraestrutura inadequada e incompleta para complementar as atividades do setor privado;
iii) excesso e complexidade de regulamentos nos negócios, fazendo com que empresários tomem "surpresas" ao se deparar com alguma regra não prevista;
iv) poder público pouco eficiente, mas custoso;
v) precariedade de serviços de educação, saúde e saneamento;
vi) estados e municípios que não conseguem pagar a folha de pagamento dos funcionários;
O resultado da união desses pontos é um país com elevados custos de transações, culminando em baixo nível de investimento e, por consequência, em reduzido crescimento da economia.
O diagnóstico de Lisboa não é novo, muito pelo contrário. Ele acerta ao reivindicar maior detalhamento na discussão. O ministério da economia, por sua vez, peca em, aparentemente, ter perdido o foco nas reformas administrativa e tributária, e ter se preocupado em exercícios contábeis para vender a imagem de um PIB em crescimento. Da "contabilidade criativa", dos anos de PT, para a separação do PIB em privado e público, não há uma grande distância.
Fonte: Folha de S. Paulo
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