1) Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Itália cresceu 35% em 1946, e em 1949 ela já tinha recuperado o nível de produção anterior ao da guerra;
2) Entre 1944 e 1946, a Alemanha viu o seu PIB reduzir em 66%. Porém, nas décadas seguintes ela teve crescimento médio de 12% ao ano, o que possibilitou que voltasse a pertencer ao grupo dos países mais ricos do mundo;
3) Países ricos sofrem menor perda da produção em crises, ou seja, possuem menor volatilidade do PIB (gráfico)
3) Países ricos sofrem menor perda da produção em crises, ou seja, possuem menor volatilidade do PIB (gráfico)
Mas nem sempre após uma grande queda do PIB podemos perceber uma rápida recuperação:
1) Durante e após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Alemanha sofreu fortíssimas perdas, fazendo com que ainda em 1924 ela não apresentasse o nível do PIB visto anteriormente à guerra;
2) O mesmo é válido para a Áustria, outra nação que sofreu muito durante e após a Primeira Guerra;
Isso pode levantar dúvidas sobre o que ocorrerá com as economias após a iminente recessão que o Covid-19 acarretará.
Qual a lição? Segundo a reportagem da The Economist, 3 fatores ajudam a explicar o porquê de algumas economias conseguirem apresentar forte crescimento após perdas significativas do PIB:
i) manter o aparato institucional funcionando (uma democracia se transformar em ditadura não é algo positivo);
ii) reatar e aumentar o comércio internacional;
iii) estabilidade macroeconômica (episódios de hiperinflação atrapalham recuperações, o que justamente ocorreu com a Alemanha após a primeira guerra);
A reportagem parece se desviar da explicação do fraco crescimento europeu após a crise financeira de 2007-2008. Pois, se pensarmos nos 3 itens elencados que propiciam uma rápida recuperação, torna-se duvidoso o fraco aumento da produção do continente da Europa (apesar do elevado endividamento público de suas economias).
Na minha opinião, temos outros fatores que empurraram a economia da Europa para um baixo crescimento. A discussão sobre a estagnação secular e os respectivos fatores que contribuem para o seu surgimento podem dar uma pista - lento crescimento populacional, aversão ao risco de investir, aumento da poupança e baixo progresso tecnológico.
Fonte: The Economist
Nenhum comentário:
Postar um comentário