Rapidez da recuperação dependerá de fatores internos de cada economia
Não deveria causar surpresa reportagens que mostrassem aumento no número de falências de estabelecimentos comerciais. No Rio de Janeiro, dos 11 mil bares, 2 mil estão com atividades suspensas. Em Belo Horizonte, dos 12 mil estabelecimentos desse tipo, 3.500 estão fechados. Uma crise da magnitude da Covid-19 arrasta consigo várias empresas - em São Paulo, temos aumento no número de pedidos de recuperação judicial.
A atual crise significa empobrecimento da economia brasileira. Como muitas empresas foram fechadas, a produção e a oferta de bens e serviços foram reduzidas. Essa queda é acompanhada também pelo decréscimo de vagas trabalhistas - novamente, não surpreende que a taxa de desemprego esteja em valores elevados.
O quadro de empobrecimento não é restrito apenas ao caso brasileiro. Como pode ser visto na figura abaixo, a economia mundial terá queda de 4,2% do PIB nesse ano. A trajetória de elevação do padrão de vida voltará à normalidade somente em 2022. A projeção é de que no próximo ano a economia mundial irá apenas recuperar a produção perdida em 2020.
Quanto ao Brasil, veja que não conseguiremos recuperar a produção perdida nem em 2021 e tampouco em 2022! Essas projeções elucidam os problemas estruturais que temos. Enquanto quase todos os países conseguirão compensar a produção perdida, estaremos patinando com baixo crescimento do PIB. Isso ocorre pela obsolescência do atual modelo de crescimento, com elevada proteção de mercado para empresas nacionais, baixa participação no comércio internacional, tributação complexa e distorciva, infraestrutura inadequada, leis e regras que elevam os custos de transações (como os de abrir novas empresas), entre outros tantos fatores que geram uma economia com pouco dinamismo. Já estamos pagando o preço desses desajustes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário