segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Crescimento do PIB e os seus efeitos

Questão é como estimulá-lo mantendo o equilíbrio macroeconômico

aumento do PIB


Conforme o fim de ano se aproxima, tendemos a fazer planos e promessas para o próximo ano. No caso de governos, em geral, e suas respectivas equipes econômicas, em particular, esses almejam entregar maior crescimento econômico, isto é, aumentar o PIB (produto interno bruto, é a produção total do país) no próximo ano.

Antes da eclosão da Covid, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump,  segundo alguns especialistas em política, tinha a sua reeleição praticamente garantida. Parte dessa expectativa se dava em decorrência do aumento do PIB de sua economia. Quando o PIB aumenta, temos expansão do emprego e da renda

Mercado de trabalho dinâmico facilita a entrada de jovens. Trabalhadores mais experientes, mesmo que percam o emprego atual, têm maiores chances de encontrar outro emprego. Além disso, os salários tendem a se elevar mais rapidamente. Isso ocorre porque quando a produção (PIB) aumenta, as empresas precisam de mais trabalhadores, insumos e peças para cumprir as entregas. A demanda por trabalhadores aumenta, colocando pressão sobre o nível dos salários. 

Além desses dois efeitos desejáveis, temos também o incremento do padrão de vida. Jovens e trabalhadores experientes, conseguindo empregos e auferindo remunerações crescentes, conseguem comprar mais bens e serviços. O próprio aumento do PIB representa o aumento da oferta agregada da economia - total de bens e serviços que consumidores podem adquirir. Nessa oferta, temos inovações tecnológicas e produtos melhorados. 

No caso brasileiro, como temos uma dívida pública/PIB elevada, quando o denominador (PIB) dessa fração se eleva, a proporção da dívida se reduz. Um dos fatores que contribuiu para o agravamento do nosso endividamento é justamente o fraco crescimento econômico dos últimos anos. Enquanto o numerador (dívida pública) se expandiu rapidamente, o denominador (PIB) permaneceu estagnado. Como resultado, temos uma dívida/PIB elevada.

A elevação do PIB não acarreta somente vantagens, há efeitos colaterais indesejáveis, como danos causados sobre o meio ambiente. Provavelmente ouviremos cada vez mais discussões sobre formas menos proibitivas de produção em relação ao meio ambiente, ou seja, teremos de conjugar expansão do PIB com preservação ambiental. A economia mundial caminha nessa direção. Caso nosso país continue negando essa pauta internacional, ficaremos no ostracismo. 

Dadas essas vantagens advindas com a elevação do PIB (faltou citar a redução da pobreza), não espanta que todos governos, sem exceção, busquem esse objetivo. O problema é a forma de obtê-lo. Talvez a maior dificuldade - e equívoco - a respeito desse tópico na população brasileira é a crença generalizada de que o gasto público é a principal alavanca para gerar crescimento econômico. A consequência desse equívoco se cristaliza como pressão sobre o gasto do governo, gerando uma dívida elevada e reduzindo o dinamismo da economia como um todo. 

Bom final de ano para todos!


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