Consoles deixarão de existir?

Se setor de filmes mostra lições, consoles poderão ter mesmo destino que videocassetes, DVDs e locadoras de filmes

A chegada da Covid-19 representou forte queda da atividade produtiva mundial. Todavia, isso não significa que todos perderam. Como geralmente ocorre na economia, há vencedores e perdedores. Do lado dos perdedores, temos os segmentos que envolviam maior contato nas suas relações, como o de entretenimento noturno. Por outro lado, dos vencedores, tivemos o comércio eletrônico. O gráfico abaixo, extraído da The Economist, mostra que as empresas de videogame foram beneficiadas pelo novo contexto.

O gráfico mostra o aumento das receitas em relação ao mesmo período no ano passado. Mesmo com as perdas de emprego e de renda promovidas pela pandemia, esse setor auferiu aumento de ganhos. A Nintendo viu suas receitas dobrarem, a Activision teve aumento de 50%, a Microsoft mostrou aumento de pouco mais que 25%, e a Sony aumento de 12,5%. 

Economistas previram que a pandemia representaria alterações nas preferências de consumo. Como a ordem era ficar em casa, o setor de videogames se aproveitou da circunstância. O próximo gráfico fornece uma medida dos principais objetos que conectam o mundo dos games com os seus usuários. 

Observe que, para surpresa de alguns (incluindo eu), são os smartphones que estão na dianteira, com previsão de aumento de participação em 2020 (quando falamos em jogos, automaticamente a imagem de algum console nos vem à mente, mas isso está se alterando). Isso significa que no futuro os famosos consoles Playstation e Xbox podem perder importância, dando espaço para serviços de nuvem, análogos ao da Netflix. Em outras palavras, os jogos poderiam ser acessados em uma única plataforma, bastando que o usuário pague determinada taxa mensal. Enquanto a Netflix oferta esse tipo de serviço com séries, filmes e documentários, uma futura plataforma de videogame colocaria jogos disponíveis para smartphones. Na verdade, a Microsoft já caminha nessa direção. 

Como ressalta a reportagem, ainda está distante o dia que esse tipo de serviço será concretizado, uma vez que a parte técnica de transportar jogos em nuvem para dispositivos móveis não é tão simples se comparada com séries e filmes. De qualquer forma, a evolução do segmento de games mostra que a sociedade caminha a passos fortes para se tornar cada vez mais digital.