segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Ministério da economia planeja medidas para aumentar competição bancária

5 maiores bancos do país concentram 80% de todo crédito bancário

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Os rumores de que a equipe econômica de Paulo Guedes está trabalhando para criar medidas para descentralizar o setor bancário são muito bem-vindos. Em um país que sofre pela baixa competição em diversos segmentos de sua economia, deveríamos apoiar medidas direcionadas a abrir o mercado.    

Se considerarmos apenas o segmento de crédito bancário, os 5 maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú, Caixa, Bradesco e Santander) concentram 80% de seu crédito total. Não espanta que reduções de juros e taxas cobradas por essas instituições sejam eventos raros de ocorrer, incluindo conjunturas nas quais a taxa de juros de referência, a Selic, tenha caído de forma significativa. 

A população brasileira mostrou que está desejosa pelo aumento de competição, ainda que não tenha total consciência do movimento. Basta citarmos o exemplo da NuBank, que chegou no mercado brasileiro oferecendo menores taxas e melhores condições para os consumidores. Ela se enquadra na classificação das Fintechs - pequenas empresas que utilizam tecnologia para prover serviços financeiros. 

Nas últimas semanas, a demanda pelo sistema de pagamento instantâneo, o Pix, foi outra evidência do desejo por ampliação de empresas nesse setor. O Pix não cobrará taxas por transferências monetárias, prometendo celeridade nessas transações (10 segundos). Se contrastarmos essas promessas do Pix com o que é atualmente ofertado pelos bancos, perceberemos que maior competição é algo bem-vindo para a economia brasileira. 

Sobre o aumento da competição, ainda aguardo medidas para destravar o comércio internacional. Durante a campanha eleitoral, Guedes acenou nessa direção, mas ainda não tomou medidas concretas nessa direção (para fazer justiça, tivemos apenas alguns tratados comerciais).  O seu diagnóstico está correto: o governo concede proteção de mercado para empresas pouco competitivas e barra a entrada de multinacionais e de mercadorias estrangeiras. Há ampla literatura relacionando o aumento do comércio com ganhos de produtividade, de crescimento e de bem estar para consumidores. Que esse impulso para estimular a competição bancária não se limite somente a essa parte da economia. 






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