Dados e evidências empíricas apontam na direção do sim
O IBGE divulgou números relativos ao total de brasileiros vivendo abaixo da linha da extrema pobreza (pessoas que vivem com menos de US$ 1,90 por dia). O gráfico abaixo mostra as estimativas.
Veja que esse total decresceu entre os anos 2012-2014, quando atingiu o valor mínimo, de 9 milhões de brasileiros. Todavia, esse valor voltou a subir nos anos subsequentes, atingindo a marca de 13,7 milhões de brasileiros em 2019. Não é coincidência a piora desse grupo de pessoas e a crise econômica que vivemos desde o ano de 2015. Fazendo a mesma afirmação de forma inversa, não é mera casualidade que milhões de chineses tenham saído da extrema pobreza nas últimas décadas e a China apresente fortíssimo crescimento econômico. Crescimento da economia se traduz em maiores oportunidades de emprego, seja formal ou informal, e de renda.
A próxima figura ilustra a distribuição desses 13,7 milhões de brasileiros entre as 5 regiões do nosso país. O maior foco de extrema pobreza é no nordeste, com 7,7 milhões de brasileiros. Em parte, isso explica o sucesso que o programa de transferência de renda, o Bolsa-Família, teve nessa região. É uma área que necessita desses programas focalizados para que a situação dessas pessoas seja aliviada.
Como nossa população total gira por volta de 210 milhões de pessoas, os 13,7 milhões em situação de extrema pobreza representam 6.5% de todos os brasileiros. Estes não são os únicos em situação delicada, há os que flertam com o limiar da extrema pobreza, representando outros tantos milhões de brasileiros. Essa é uma das principais mazelas de apresentarmos uma economia desajustada, com fraco debate econômico e com políticos despreparados para os desafios de administrar um país de tamanho continental. O preço recai principalmente sobre a população mais vulnerável.
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