quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Crise econômica piora situação dos extremamente pobres?

Dados e evidências empíricas apontam na direção do sim

extremamente pobres


O IBGE divulgou números relativos ao total de brasileiros vivendo abaixo da linha da extrema pobreza (pessoas que vivem com menos de US$ 1,90 por dia). O gráfico abaixo mostra as estimativas. 

ibge globo g1


Veja que esse total decresceu entre os anos 2012-2014, quando atingiu o valor mínimo, de 9 milhões de brasileiros. Todavia, esse valor voltou a subir nos anos subsequentes, atingindo a marca de 13,7 milhões de brasileiros em 2019. Não é coincidência a piora desse grupo de pessoas e a crise econômica que vivemos desde o ano de 2015. Fazendo a mesma afirmação de forma inversa, não é mera casualidade que milhões de chineses tenham saído da extrema pobreza nas últimas décadas e a China apresente fortíssimo crescimento econômico. Crescimento da economia se traduz em maiores oportunidades de emprego, seja formal ou informal, e de renda. 

A próxima figura ilustra a distribuição desses 13,7 milhões de brasileiros entre as 5 regiões do nosso país. O maior foco de extrema pobreza é no nordeste, com 7,7 milhões de brasileiros. Em parte, isso explica o sucesso que o programa de transferência de renda, o Bolsa-Família, teve nessa região. É uma área que necessita desses programas focalizados para que a situação dessas pessoas seja aliviada. 

ibge brasil g1 globo


Como nossa população total gira por volta de 210 milhões de pessoas, os 13,7 milhões em situação de extrema pobreza representam 6.5% de todos os brasileiros. Estes não são os únicos em situação delicada, há os que flertam com o limiar da extrema pobreza, representando outros tantos milhões de brasileiros. Essa é uma das principais mazelas de apresentarmos uma economia desajustada, com fraco debate econômico e com políticos despreparados para os desafios de administrar um país de tamanho continental. O preço recai principalmente sobre a população mais vulnerável. 






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