Adam Smith mostra como o interesse privado é fundamental para a prosperidade econômica
Nascido
em 1723, na Escócia, Adam Smith alteraria a compreensão e o rumo da Ciência
Econômica no ano de 1776 com a publicação de Uma Investigação sobre a Natureza
e as Causas da Riqueza das Nações, ou simplesmente – e mais popularmente
conhecido – Riqueza das nações.
Smith
foi um dos pioneiros a mostrar as contradições do sistema mercantilista, o qual
propunha limitar as importações e incentivar as exportações, com o objetivo de
aumentar ao máximo o influxo de ouro e prata e reter a saída desses metais. Conflitos
entre países foram justificados com base nessa teoria. O escocês desferiu
golpes que se mostraram mortais sobre essas máximas: “todas as cidades e todos
os países enriqueceram à medida que abriram seus portos a todas as nações – em
vez de se arruinarem por esse livre comércio”.
A
divisão do trabalho foi enunciada como sendo um dos principais fatores para o
aumento da prosperidade das nações. Por meio dela, o trabalho passou a ser cada
vez mais especializado e concentrado em pequenas tarefas, permitindo o aumento
da produtividade da mão-de-obra e da produção. Inerente a esse processo
estava a defesa da liberdade econômica tanto para empresários quanto para
trabalhadores.
No caso
dos primeiros, conforme os empresários pudessem deslocar os capitais para os
locais com maior rendimento, e os trabalhadores tivessem mobilidade para buscar
os salários mais atraentes, o resultado seria a ascensão de empresas mais
produtivas que conseguiriam atender de forma mais eficaz o desejo dos
consumidores – fomentando e difundindo a divisão do trabalho e evidenciando a
interconexão entre liberdade e produtividade. Dessa forma, quanto menores as
amarras ao processo produtivo e à mobilidade de mão de obra, tanto melhor para
a nação e para o bem estar geral.
Assim, surge a famosa mão invisível, metáfora para descrever a busca individual por
melhores condições de vida; rendimento do capital no caso dos empresários e
remuneração do trabalho no tocante aos assalariados. A harmonia entre esses
interesses resultaria no direcionamento do interesse privado em atender ao
interesse social: “[n]ão é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do
padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelos
próprios interesses. Apelamos não à humanidade, mas ao amor-próprio, e nunca
falamos de nossas necessidades, mas das vantagens que eles podem obter”.
Dessa
forma, para a economia evoluir, Smith argumentava que o Estado deveria possuir
funções limitadas, pouco intervencionistas na esfera produtiva. O livro destaca
a sua tarefa em garantir o Estado de direito, o cumprimento dos contratos, a
proteção à propriedade privada e aos direitos individuais e a realização de
obras nas quais os setor privado não realizaria, como praças públicas. A
tributação deveria ser leve e não prejudicial aos negócios – conferindo apenas
o necessário para a sobrevivência do aparato público.
Smith
influenciou economistas de destaque na luta contra o mercantilismo nos séculos
XVIII e XIX, como David Ricardo e Jean-Baptiste Say (resenhas de Ricardo e de Say estão aqui e aqui), continuou exercendo
influência no século XX, agora não contra o mercantilismo, mas contra o
socialismo, amparado por nomes como Milton Friedman e Hayek. Atualmente no
século XXI ainda influencia economistas de diferentes correntes, e tudo indica
que assim continuará sendo nos próximos anos.
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