Brasil tem crise com mistura de fatores políticos e econômicos
A revista The Economist fez uma matéria analisando a situação política do Brasil. Como esperado, a ênfase recaiu sobre a saída do Ministro da Justiça, Sérgio Moro. Moro ganhou fama de herói por ter combatido a corrupção difundida no país por meio da operação Lava-Jato.
Bolsonaro utilizou a projeção de Moro para construir o seu governo (juntamente com Paulo Guedes). Moro e Guedes podem ser vistos como dois importantes pilares do governo. A revista apontou que Moro saiu fazendo acusações de interferência política de Bolsonaro nas investigações da Polícia Federal.
Outro golpe sofrido pelo governo foi a saída do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Nesse caso, a demissão de Mandetta decorreu de diferenças na abordagem para combater o covid.
Segundo a revista, a permanência de Bolsonaro no cargo depende de 3 fatores:
1) análise da veracidade das acusações sofridas por Moro;
2) apoio do Congresso (a revista lembra que Bolsonaro abandonou o discurso de evitar a "velha política", pois está distribuindo cargos políticos para o "centrão" para obter suporte para o seu governo sobreviver);
3) apoio do seu eleitorado, o qual tem se reduzido, mas ainda é elevado;
Há o risco adicional de perder o Ministro da Economia, Paulo Guedes, uma vez que a proposta de aplicar políticas liberais perdeu espaço dentro do governo. O Plano Pró-Brasil, patrocinado pelos militares, evidencia o enfraquecimento de Guedes. Por outro lado, perder Guedes significaria perder o apoio do mercado financeiro - consequentemente o governo ficaria sem os seus dois principais pilares.
De qualquer maneira, esses acontecimentos mostram que nosso país sofre não apenas de uma crise econômica, como também uma crise política, a qual aprofunda e agrava o contexto econômico. O horizonte brasileiro se mostra pouco promissor.
Fonte: The Economist
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