domingo, 19 de abril de 2020

Estudo mostra as consequências de crises de dívida soberana

Economias se tornam mais pobres com crises de dívida soberana

imigração


No estudo sobre a dívida soberana (dívida do Estado), temos que, em um primeiro momento, quando o país sinaliza que não tem condições de honrar a dívida, as principais consequências são: i) declínio do crescimento; ii) aumento do custo de financiamento de sua dívida (credores se tornam mais resistentes em confiar suas poupanças a esses países); iii) fuga de capitais; iv) emigração (saída) de seus trabalhadores.

O risco de moratória (calote, não pagar a dívida) faz com que trabalhadores saiam do país (a deterioração do ambiente econômico já os afeta), o que intensifica o risco, uma vez que a receita tributária da economia será menor com a saída de sua população economicamente ativa.

A consequência do ponto iii) será a desvalorização da moeda e a queda de fundos para investimento. Em outras palavras, a população do país perderá poder de compra e o crescimento futuro do PIB também estará comprometido.

O modelo mostra que a emigração melhora o bem estar dos trabalhadores. Estes saem de um país em crise e passam a trabalhar em outro território em melhores condições. Um exemplo atual seria a saída de venezuelanos em busca de trabalho no Brasil ou em outros países vizinhos. Esse ponto é importante, pois mostra que a emigração/imigração, na maior parte das vezes, é a tentativa do indivíduo em melhorar sua vida. Por isso muitos economistas defendem (incluindo quem vos escreve) essa política. 

Por fim, fiz esse pequeno artigo para mostrar que, ao contrário do que parece pensar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (veja sua declaração aqui), há consequências ao elevar de forma significativa a dívida interna. O que não dá para saber de antemão é quando a crise da dívida irá eclodir, mas que o seu crescimento gradativo e ininterrupto contribui para isso, não há dúvida. 

Esse estudo foi publicado no Journal of monetary economics, pelos autores Alessandria, Bai e Deng. O país foco do estudo foi a Espanha, durante a crise de sua dívida. Como sempre alerto, temos de ter parcimônia ao analisar as conclusões do estudo, pois são relativas à economia espanhola. Por outro lado, servem para termos uma ideia do que pode vir a ocorrer aqui no Brasil.







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