domingo, 12 de abril de 2020

Leis não criam riqueza de forma direta

Sacrifício para superar a pandemia deveria se estender a todos

pandemia, máscaras


Samuel Pessoa alertou que perderemos padrão de vida ao longo do combate ao covid - e também após o período de confinamento (como já tem sido falado em vários lugares, a vida não voltará a ser como era antes do vírus). 

Os salários estão sendo reduzidos atualmente, empresas estão fechando e quebrando e os governos estão se endividando. É uma pena que nosso país não distribua o fardo de uma forma mais homogênea: os servidores públicos e políticos também deveriam sofrer redução salarial durante a pandemia. Isso reforça e evidencia o fato de que grupos de interesse/pressão conseguem controlar parte da máquina pública e direcionar vantagens particulares para si próprios em detrimento do benefício do bem público.

Adiciono um ponto que está implícito nessa discussão: perderemos padrão de vida porque o capital físico (máquinas e equipamentos) total da economia irá reduzir. É ele que determina o quanto temos de poder de compra. Podemos criar leis ótimas e muito bem intencionadas sobre os nossos direitos, mas em última instância o que determina a riqueza do país é a quantidade de capital utilizada. A partir dele nossa produtividade será maior. Veja, por exemplo, nossa constituição. Ela diz que o salário mínimo deve ser "capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social". O salário mínimo atende a isso tudo?

De que adianta belas leis, se a economia não funciona, não gera o fluxo de produtos e serviços? Usei esse exemplo apenas para ilustrar o fato de que leis não geram riqueza (um fato em geral esquecido pelo nosso legislativo e judiciário, e por quem escreveu a nossa Constituição Federal de 1988).


Coluna de Samuel Pessoa está nesse link: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/samuelpessoa/2020/04/a-macroeconomia-da-pandemia.shtml







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