terça-feira, 7 de abril de 2020

Refugiados em perigo

Falta de saneamento básico é desafio para ser superado no continente africano

maior risco de covid


De acordo com a reportagem da The Economist, 70 milhões de pessoas foram obrigadas a mudarem de localização (seja dentro do próprio país ou para outro país). Esse contingente de pessoas, claro, enfrenta precárias condições de vida e, principalmente, de saúde.

Veja no gráfico que a maioria se localiza no continente africano, marcado por guerras civis, corrupção, fome e por governos pouco eficazes em proporcionar melhores condições de vida para a população.

Nos campos de refugiados, há falta de eletricidade, comida, internet, água tratada e sabão para lavar as mãos (uma das principais formas de contaminação do vírus). Muitas vezes a população tem que decidir se gastará sua renda com comida ou com sabonete - um triste, mas presente trade-off na vida dessa multidão.  

Seguindo a reportagem, faltam médicos, remédios, hospitais. Muitos refugiados ocuparam casas abandonadas, ou seja, sem saneamento básico. 

Conversando ontem com uma colega que morou na África (ela tem familiares e amigos ainda morando no continente), ela me confidenciou que as pessoas, por exemplo, de Quênia, mesmo na iminência de contaminação do covid-19, não pararam de trabalhar (isso pouco foi cogitado por lá), pois a maioria das famílias não tem poupança, não tem recursos ociosos para serem gastos, às vezes, por mais do que um ou dois dias. A medida padrão dos governos está sendo realizar toques de recolher após determinado horário do dia.

Também me relatou que muitos dos recursos que chegam nesses países por vias oficiais, como doações de países ou órgãos multilaterais, não são canalizados para a população, pois sofrem desvios, são capturados por grupos políticos. De fato, as instituições sociais e políticas estão muito aquém do desafio.

Fonte: The Economist
Link: https://www.economist.com/international/2020/04/06/the-worlds-refugee-camps-are-a-coronavirus-disaster-in-waiting












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