E esse otimismo com o futuro?
A onda de otimismo no mercado financeiro atingiu o mercado de câmbio, fazendo com que o dólar caísse para o valor de R$4,99. Escrevi a pouco tempo sobre a rápida recuperação no mercado de ações (texto aqui), o qual está flertando com a volta para o patamar de 100 mil pontos. Sem dúvida, são grandes reviravoltas em relação ao cenário de março, quando a pandemia chegou ao Brasil.
Veja no gráfico abaixo a evolução do Ibovespa. De 115 mil pontos ele despencou para 65 mil pontos em março. E agora apresenta 94 mil pontos. Oscilações que mexem com os nervos dos investidores.
Qual a explicação? A evolução na produção de uma possível vacina e medicamentos para amenizarem a letalidade da Covid-19 é um bom palpite. Também não pode deixar de fora da análise o fato de que as principais economias do mundo estão reabrindo.
Minha interpretação é que os investidores reagiram de forma excessiva ao início da pandemia (overreaction no jargão), pois não fazia sentido o mercado de ações cair algo próximo de 50%. Agora o mercado está se tornando mais lúcido, recuperando - recompondo - parte das perdas. Mas nada impede que esse mesmo mercado reaja de forma exagerada com o cenário futuro, e precifique de forma excessiva e ascendente os ativos. Os economistas comportamentais estão aí para nos mostrar como os investidores se comportam de forma irracional em várias situações, e isso é refletido na precificação das ações.
Por fim, minha dica continua sendo a mesma: não vender ações com a queda da pandemia, aguardar alguns meses, pois a tendência é de que os preços recuperem a perda sofrida no longo prazo. Parcimônia é a palavra da vez.
Fonte do gráfico: Globo
Luccas, no seu ponto de vista, até que ponto a alta liquidez promovida pelos bancos centrais juntamente com a baixa rentabilidade dos ativos livres de risco (os de curto prazo) podem estar influenciando as altas nas bolsas mundo afora?
ResponderExcluirNo caso da liquidez promovida pelos bancos centrais, imagino que o efeito seja muito baixo, pois desde o início da pandemia eles estão fornecendo liquidez, com destaque para o fed, e pouco efeito teve sobre os preços. Os ativos seguros, como título público norte-americano e ouro subiram de valor no início da pandemia, por causa da maior demanda por eles, jogando o preço deles para cima e o rendimento para baixo. Nesse caso, pode ser que alguns capitais buscaram outros ativos para obter maior rentabilidade, mas acho difícil que isso explique de forma significativa o crescimento de valor das bolsas.
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