sexta-feira, 26 de junho de 2020

STF proíbe corte salarial dos servidores públicos

Decisão da suprema corte dificulta a situação fiscal do Brasil

suprema corte


Durante crises econômicas ou momentos adversos, empresas privadas reduzem custos. Na maioria dos casos, estes cortes são reduções salariais conjugadas com menor jornada de trabalho ou a busca por renegociações contratuais com fornecedores (reduzir custo do aluguel das instalações, insumos mais baratos) . Em casos mais graves, demissões também ocorrem. Regra simples de gestão de empresas: quando a despesa é maior do que a receita, deve-se procurar reduções de custos - não é uma opção que pode ser ignorada sob a ameaça da inviabilidade do negócio e o seu futuro encerramento.

No caso do governo federal, por vários anos temos amargado despesas superiores às receitas, culminando no agravamento da dívida pública. Estados e municípios estão em situação fiscal delicada. Precisamos de reformas estruturais

O Superior Tribunal Federal (STF), ao julgar como inconstitucional a redução da jornada de trabalho e dos salários dos servidores públicos, não forneceu margem para o governo ajustar suas deficitárias contas. Como iremos melhorar as contas públicas se o principal órgão judicial proíbe a redução dos custos?

Até o jornal Folha de S. Paulo, conhecido por seu posicionamento pró-expansão do gasto público, considerou a decisão do STF como pouco inteligente

Se o governo não pode reduzir o custo de seu funcionalismo, o ajuste fiscal terá de ocorrer pelo corte de gasto em áreas sociais (educação, saúde e segurança), pela redução do investimento público em infraestrutura ou pelo aumento dos impostos. O STF sinalizou que pouco importa com essa inflexão do gasto - ou não a entende. O seu argumento foi o de que a Constituição define como inconstitucional a redução salarial dos servidores.

Como as leis econômicas não se curvam ao que o STF julga, o Brasil, caso não realize alguma medida para conter o gasto, irá apresentar trajetória explosiva da dívida pública. Efeitos secundários seriam o aumento da taxa de inflação e da desvalorização cambial (dólar passaria a valer muito mais do que o real). A recuperação econômica após a Covid-19 pode ser comprometida por esse tipo de miopia. 

PS.: Textos para ajudar a entender a situação fiscal do Brasil
1) aqui eu apresento o gasto previdenciário
2) aqui eu apresento a receita e a despesa do governo
3) aqui eu apresento o gasto com juros da dívida
4) aqui eu apresento o déficit público













Nenhum comentário:

Postar um comentário