Futuro próximo será desafiador
As previsões da queda do PIB para esse ano pioraram de forma significativa, visto que no início da pandemia o mergulho projetado era de 5%. O Banco mundial prevê queda de 8%, enquanto a OCDE, mais pessimista, projeta redução de 9,1%.
Uma das justificativas é a possibilidade de que o vírus sofra novas ondas de propagação, ou seja, a economia brasileira pode se ver forçada a adotar novamente quarentenas e políticas de isolamento. Esse receio de novas ondas também está presente nas economias da Europa e na dos Estados Unidos.
Os números atuais de infecções e mortes por Covid-19 no Brasil seguem esse raciocínio, com franco avanço em meio a reabertura do comércio.
Por outro lado, é compreensível a demanda das pessoas que precisam trabalhar para ter o sustento e pagar dívidas. O governo tentou amenizar o impacto da pandemia com o auxílio financeiro de 600 reais e políticas de crédito para o comércio. Foram efetivas até certo ponto, mas não totalmente capazes de suprir as necessidades da população.
Veja o gráfico abaixo, retirado da revista The Economist, que retrata a evolução de casos da Covid-19 (clique na imagem para aumentá-la). Os casos de infecção na América Latina estão avançando a taxas perigosas. É o novo epicentro da pandemia.
Críticas foram dirigidas ao governo por conta da falta de harmonia nas mensagens para combater a Covid-19. Mas acredito que mesmo que tivéssemos tido mensagens claras, coerentes e voltadas para práticas adequadas de redução de contágio, o resultado não seria muito diferente. É que somos um país com elevadíssima desigualdade social e de renda, no qual milhões de brasileiros vivem sob condições de higiene degradantes, por falta de saneamento básico. O IBGE confirma minhas afirmações, quando mostra que 105 milhões de brasileiros vivem com no máximo 438 reais por mês. Como exigir que essas pessoas fiquem em confinamento (lockdown), em residências precárias e lotadas, com o espectro da fome rondando diariamente?
Artigo sobre a informação do IBGE está aqui.
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