segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Espanha e Itália enfrentam segunda onda de contaminação

Tendência é que outros países da Europa tomem novas medidas de restrição

covid segunda onda


Como alertado pela OMS, parece que uma segunda onda de infecções provenientes do vírus da Covid estão ocorrendo na Europa. Espanha e Itália tomaram medidas para conter essa nova propagação, fechando novamente estabelecimentos, como bares e lanchonetes, e proibindo, no caso da Itália, torcida durante jogos de futebol. 

Muitos analistas tinham avisado dos riscos dessa onda, afirmando que o ideal era a continuação do confinamento (lockdown). Várias observações podem ser traçadas sobre essa estratégia:

a) de acordo com trabalhadores e estudiosos dessa área, de fato essa era a melhor estratégia para ser seguida;

b) acontece que vivemos em um mundo de recursos escassos, então famílias, empresas e governos não aguentariam tempo demasiadamente longo em lockdown. É recomendável contrastar a opinião de epidemiologistas com a de economistas para se pensar em soluções;

c) em geral, países ricos e desenvolvidos, como a Suécia e a Alemanha, possuem mais recursos do que economias em desenvolvimento (caso do Brasil). Então esses países conseguem prolongar políticas de confinamento, abastecendo a população com recursos públicos;

d) o Brasil, com 105 milhões de habitantes (cerca de 50% da população) vivendo com no máximo R$ 438 mensais, tem sérias limitações para políticas de lockdown

e) ainda sobre o Brasil, entramos na pandemia com as contas públicas em péssimo estado, exigindo ajustes. Não obstante, ainda assim o governo, acertadamente, disponibilizou renda para os mais pobres;

f) mas essa ajuda agravou nossa situação fiscal, e já sentimos os seus efeitos, como a taxa de câmbio flertando com o patamar de 6 reais por dólar;

g) pioras adicionais sobre os fundamentos da economia (aumento da taxa de juros, elevação da taxa de inflação, desemprego crescente e produção declinante) podem ocorrer caso nada seja feito em relação às contas públicas;


Feitas essas observações, por mais recomendável que seja o lockdown, não me parece que ele seja factível aqui no Brasil, tanto por fatores financeiros (estamos sem dinheiro e com dívida crescente) quanto por elementos institucionais (políticos não chegaram a um consenso, emanando uma mensagem central sobre a melhor forma de nos portarmos com a pandemia - o que ocorreu foi algazarra de desinformação entre nossos líderes políticos).  

Caso a produção de uma vacina eficaz e segura se prolongue, pode ser que superemos a pandemia por outra forma, pela imunidade de rebanho, quando grande parcela da população se contaminou, desenvolvendo proteção natural contra o vírus. 








Nenhum comentário:

Postar um comentário