Retomada de fluxos dependerá de redução das incertezas quanto ao futuro
A eclosão da pandemia desacelerou as trocas comerciais e financeiras entre os países. No caso do comércio de mercadorias, os efeitos de restrições sobre importações podem ser sentidos pelo aumento de preço dos produtos. Canais que explicam isso são a redução da concorrência internacional e/ou menor oferta do bem para ser comercializado. Ambas tendências contribuem para o aumento da inflação. No Brasil, temos vários itens eletrônicos com preços ascendentes.
No lado das trocas financeiras, a economia mundial testemunhou queda do investimento estrangeiro direto (IED). É o capital de outros países aplicado em solo brasileiro, sendo as multinacionais o melhor exemplo. Veja no gráfico abaixo as quedas percentuais que algumas nações sofreram em comparação ao ano de 2019. Itália lidera com queda de 74%, seguida pelos Estados Unidos com redução de 51% e o Brasil com recuo de 48%.
O IED é fundamental para a malha produtiva. Ele pode ser visto pela construção de nova empresa ou pela aquisição de controle de corporações nacionais. No primeiro caso, temos uma nova empresa ofertando produtos, portanto, aumentando a oferta de produtos para os consumidores, e contratando mão-de-obra, logo, ajudando a reduzir o desemprego. No segundo caso, o novo controle na diretoria pode representar a utilização de métodos de gestão aperfeiçoados. Em comum, os dois casos contribuem para o aprimoramento da produção do país. Maior fluxo de IED se relaciona com maior dinamismo e competição doméstica.
Provavelmente parte do recuo do IED em escala mundial se deve ao comportamento mais defensivo das grandes corporações. Há enorme incerteza sobre o ambiente econômico no longo prazo. Tome o caso da Itália e da Espanha, países que voltaram a fechar estabelecimentos privados, como bares e lanchonetes. Caso uma multinacional desse ramo tivesse se aventurado a operar nessas localidades, veria seus planos de produção e investimento frustrados, pois teria de interromper as atividades, com a possibilidade de acumular prejuízos.
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