quinta-feira, 7 de maio de 2020

IBGE revela que 105 milhões de brasileiros vivem com no máximo 438 reais por mês

IBGE escancara deficiências sociais do Brasil

IBGE


O IBGE liberou dados sobre a população brasileira, o que é sempre bem vindo para conhecermos melhor o nosso país - e fugir do "achismo". O primeiro dado que julguei relevante é o fato de que 105 milhões de brasileiros vivem com no máximo 438 reais mensais. 

Um dos grandes desafios do Brasil é reduzir o nível da pobreza. O programa Bolsa-Família, por exemplo, foi um instrumento para combater esse quadro, todavia, há o problema da existência dessas pessoas no sistema do governo. Muitos são "invisíveis" ao sistema. É um problema parecido com o que a Índia enfrenta. 

Prosseguindo a análise, a figura abaixo mostra o índice GINI nas regiões brasileiras. Esse índice mensura a desigualdade entre uma escala de 0 (extremamente igualitário) a 1 (muito desigual). Pelo critério renda mensal real per capita, o nordeste é a região mais desigual, enquanto a região sul é a mais igualitária. No geral, entretanto, nosso país é muito desigual, mesmo na região sul. Ponto positivo foi a queda da desigualdade pelo GINI de 2018 para 2019, com a exceção do nordeste.

O próximo gráfico mostra a remuneração por nível de escolaridade. Nenhuma surpresa testemunhar que maior nível educacional é relacionado com maior remuneração. Daí a necessidade de expandir o ensino de base, tornando-o universal, ao mesmo tempo ofertando-o com qualidade - indubitavelmente uma tarefa hercúlea para um Estado endividado e com histórico de inadequado gerenciamento do dinheiro público. Chama a atenção o salto que ocorre no gráfico da faixa de 2.242 reais (ensino superior incompleto) para 5.108 reais (ensino superior completo). O diploma faz diferença, ainda que isso não corresponda a maior produtividade - especulo que o efeito possa decorrer da sinalização de ter o diploma, de ter completado o ensino.


Em resumo, os dados do IBGE corroboram o diagnóstico de que o Brasil deve combater a pobreza e expandir o ensino de base para melhorar indicadores sociais. Essas são as principais pautas que deveriam prevalecer, ao invés de discutirmos, por exemplo, políticas de subsídio para incentivar uma indústria fraca e ineficiente, acostumada com protecionismo e baixa competição internacional. 

Fontes: IBGE (gráficos) e Estado de S. Paulo








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