Pressão para ajuste fiscal futuro se eleva
Como aguardado, o governo brasileiro apresentou uma queda de 29% na arrecadação tributária em abril, em comparação com o mesmo mês em 2019. O principal responsável é a Covid-19 e o efeito dominó que ela acarreta sobre a atividade econômica.
É verdade que o governo adiou o recolhimento de alguns tributos para dar alívio para as empresas. Mas ainda assim a queda é muito expressiva.
Considerando as pressões para aumentar o gasto fiscal - algumas legítimas, outras apenas oportunistas - e a derrubada da receita tributária, teremos um enorme déficit primário esse ano. Também teremos um gigantesco déficit orçamentário (aquele que considera o déficit primário mais o pagamento de juros da dívida). Consequentemente, a dívida pública/PIB irá crescer significativamente. Provavelmente isso acarretará efeitos sobre o risco-país, tornando a nossa dívida mais onerosa e com maior dificuldade de rolagem.
Por conta dessa digressão, é importante a discussão de reformas estruturais para estabilizar o crescimento da dívida pública (discuto isso aqui). A sinalização de que o país irá conter o avanço da dívida, isto é, impedir a consubstanciação de uma trajetória explosiva, poderá acalmar os credores do Estado, bem como atrair futuros investimentos - já pensando na recuperação pós-pandemia.
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