Choque da Covid-19 derrubou a taxa de câmbio ao elevar o risco-país
A taxa de câmbio brasileira disparou desde o início da pandemia. Veja no gráfico abaixo que ela sofreu uma guinada significativa no final da série. Tínhamos um câmbio por volta de 4 reais por dólar, o qual se aproximou de 5,6 reais por dólar, uma desvalorização de quase 50%.
Em geral, é difícil saber precisamente quais fatores concorreram para derrubar o câmbio. Também não é muito fácil inferir a força que esses fatores exerceram. Nesse sentido, o texto de Alexandre Schwartsman é bem vindo para ajudar na tarefa.
Por meio de um modelo simplificado, temos 4 fatores que afetam a taxa de câmbio:
i) diferença da taxa de juros interna e externa;
ii) preço das commodities;
iii) preço do dólar;
iv) risco-país;
Schwartsman conclui que o principal fator foi a elevação do risco-país, seguido pela elevação do preço internacional do dólar (em momentos de crise e incerteza geral, investidores se resguardam no ativo mais seguro do planeta, o dólar, e isso joga o seu valor para cima). Faz sentido. A economia brasileira, de uma forma geral, não deteriorou os seus fundamentos econômicos por motivos internos, mas devido ao choque exógeno da Covid-19.
O risco-país é a percepção que o mercado financeiro tem na solvência financeira do Brasil. Pode ser entendido pelo risco de não honrarmos nossas dívidas. Como esse risco se elevou, a taxa de câmbio sofreu fortíssima desvalorização.
Aproveitando os 4 fatores elencados acima, perceba que um dos motivos que trava o banco central brasileiro de reduzir a taxa de juros Selic é o receio de deflagrar uma descontrolada desvalorização cambial, culminando na desestabilização macroeconômica. Diferenciais significativos entre taxa de juros interna e externa são importantes para compreender movimentos cambiais. Mas não parece ser o principal motivo da queda do nosso câmbio (tenho um texto sobre o mercado de câmbio aqui).
Por meio de um modelo simplificado, temos 4 fatores que afetam a taxa de câmbio:
i) diferença da taxa de juros interna e externa;
ii) preço das commodities;
iii) preço do dólar;
iv) risco-país;
Schwartsman conclui que o principal fator foi a elevação do risco-país, seguido pela elevação do preço internacional do dólar (em momentos de crise e incerteza geral, investidores se resguardam no ativo mais seguro do planeta, o dólar, e isso joga o seu valor para cima). Faz sentido. A economia brasileira, de uma forma geral, não deteriorou os seus fundamentos econômicos por motivos internos, mas devido ao choque exógeno da Covid-19.
O risco-país é a percepção que o mercado financeiro tem na solvência financeira do Brasil. Pode ser entendido pelo risco de não honrarmos nossas dívidas. Como esse risco se elevou, a taxa de câmbio sofreu fortíssima desvalorização.
Aproveitando os 4 fatores elencados acima, perceba que um dos motivos que trava o banco central brasileiro de reduzir a taxa de juros Selic é o receio de deflagrar uma descontrolada desvalorização cambial, culminando na desestabilização macroeconômica. Diferenciais significativos entre taxa de juros interna e externa são importantes para compreender movimentos cambiais. Mas não parece ser o principal motivo da queda do nosso câmbio (tenho um texto sobre o mercado de câmbio aqui).
Fonte do gráfico (IPEADATA):
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