quarta-feira, 29 de julho de 2020

Dados da OCDE mostram que a cada 5 trabalhadores, apenas 2 são capazes de trabalhar de forma remota

Cenário dos países pobres tende a ser pior do que o retratado pela OCDE

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A informação de que a cada 5 trabalhadores, apenas 2 deles foram capazes de trabalhar em casa (home office), sendo que estes, em sua maioria, são altamente qualificados e com melhores remuneraçõesevidencia uma das principais dificuldades trazidas pela Covid-19: a piora no quadro dos indivíduos financeiramente mais frágeis, desprotegidos pela rede de segurança social do Estado (no Brasil, são os "invisíveis"). Provavelmente esse quadro impactará negativamente sobre a desigualdade social e monetária. 
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Esses dados foram coletados dos países da OCDE, os quais em geral são ricos e desenvolvidos. Caso extrapolemos essas conclusões para nações mais pobres, como o Brasil e os seus pares da América Latina, podemos supor que o cenário pode ser pior. A informação de que o continente latino bateu o record de 41 milhões de desempregados sustenta essa conclusão

Governos nacionais têm reagido implementando programas de auxílio financeiro e políticas de crédito barato. O resultado será a elevação da dívida pública e a elevação do passivo dos bancos centrais. No caso desses últimos, dependendo dos desdobramentos dos ativos e passivos, pode ser que sua situação financeira piore, exigindo aportes financeiros dos Tesouros de cada país (por definição, banco central não quebra, pois sempre pode contar com aportes financeiros dos Tesouros, mas essa transação implicaria no aumento da dívida pública e na expansão da moeda, podendo causar elevação dos preços). 

Atualmente há vários debates sobre a implementação de programas de renda básica. Estes devem ser entendidos pelo contexto no qual vivemos. A Covid escancarou milhares de indivíduos na extrema pobreza ou à beira dela. É salutar a busca de políticas para minimizar esse quadro, enquanto é prejudicial esquecer que há limitações a respeito da quantidade e da qualidade desse gasto. Em especial, os países emergentes, os quais apresentam os maiores contingentes dessas pessoas, estão cada vez mais endividados, portanto, com recursos reduzidos para políticas desse tipo.

Obs.: tenho dois textos sobre os "invisíveis" do Brasil aqui e aqui








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