sexta-feira, 3 de julho de 2020

Entregadores de aplicativos reivindicam maior pagamento e melhores condições de trabalho

Entregadores planejam segunda paralisação ainda nesse mês

delivery greve


A paralisação realizada pelos entregadores de aplicativos nessa semana está inserida nos recentes movimentos e discussões para adequar o novo tipo de trabalhador, aquele que não possui contato com o seu chefe, mas tão somente segue as diretrizes de aplicativos. A empresa Uber é um grande exemplo desse caso.

Como é algo novo na economia do século XXI, a legislação não está adaptada para esse tipo de transformação. A Consolidação das leis do trabalho (CLT) foi criada quando a maior parte dos empregos se localizava dentro de fábricas, escritórios, sendo coordenados por chefias (pessoas) imediatas. Como regular a relação dos aplicativos com os seus respectivos trabalhadores?

Os entregadores defendem maior remuneração e melhores condições de trabalho, como o fim do bloqueio em aplicativos sem serem informados sobre o motivo - logo, não há como se defenderem. 

Se os trabalhadores do país são regulados pela CLT, garantindo direitos e evitando abusos (não estou afirmando que a atual CLT é perfeita, longe disso), os entregadores estão corretos em reclamar dessa ausência de regulação. 

Caso as demandas sejam atendidas, o custo do serviço seria elevado, ocasionando a redução do lucro das empresas que fornecem a mercadoria e/ou o encarecimento do preço do serviço final (mercadoria mais a entrega). Caberá às empresas decidirem se preferem ter o lucro reduzido, ou mantê-lo, mas elevando o preço do serviço para isso - com o risco de perder clientes para rivais que não tenham elevado os preços.

Desde a revolução industrial (século XVIII), os trabalhadores têm melhorado suas condições por meio de legislação, coibindo abusos e implementando direitos. O outro lado da moeda é o encarecimento do serviço, por vezes um ponto omitido pelos defensores da expansão dos direitos.

Concordo quanto a melhorar a condição de vida dos trabalhadores, apenas discordo da omissão da contrapartida que essa mudança acarreta nos preços. Vende-se a ilusão de que não há custo a ser pago. 


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