quarta-feira, 1 de julho de 2020

Maduro tem o apoio de 13% dos venezuelanos

Regime toma medidas para garantir vitória nas próximas "eleições" e se esforça para manter imagem de governo legítimo

venezuela


Reportagem da The Economist mostrou que 13% dos venezuelanos ainda apoiam o governo do ditador Nicolás Maduro. Considerando as vicissitudes do povo da Venezuela, o qual sofre de falta de emprego e de fome, tem carência de condições mínimos de higiene (basta lembrar dos episódios de falta de papel higiênico e de preservativos para reduzir a disseminação da AIDS) e não possui perspectiva de melhora, 13% é um número significativo.

Duas causas podem explicar esse 13%. A primeira é desinformação. Maduro não admite suas falhas na condução da economia, joga a culpa sobre os empresários "gananciosos", sobre os norte-americanos "imperialistas", ou para a conjuntura internacional. Parte da população pode acreditar nessas balelas. 

A segunda hipótese é o amplo apoio militar que sustenta o seu regime. Sem ele, dificilmente Maduro teria resistido ao golpe militar que Juan Guaidó tentou implementar. Os militares possuem posições de destaque no regime, auferindo prestígio e renda. É a contraparte do apoio. O termo usado por Luiz Felipe Pondé é adequado: "gangue fardada". 

Sobre Guainó, parece que este perdeu o time para assumir o país. Segundo a reportagem, o apoio que ele tinha da população caiu de 61% para 26%. Eu particularmente não vejo muita diferença entre Maduro e Guainó. Algumas reportagens também não conseguem detalhar o que seria o governo de Guainó.  

Sabe-se que a principal fonte de renda da Venezuela é o petróleo, e o preço deste está em baixa atualmente. Logo, esse fato representa mais um golpe sobre a frágil economia venezuelana. A revista The Economist lembra que está ficando cada vez mais difícil financiar o apoio militar com a parca entrada de recursos provenientes do petróleo. 

Mas não me parece que, mesmo assumindo a queda de Maduro, a economia do país melhoraria substancialmente. Enquanto durar o preconceito contra empresários e empreendedores, a irresponsabilidade com o dinheiro público e com a estabilidade da moeda, a desconsideração com a globalização econômica e  a cultura de favores políticos em troca de apoio, é difícil sonhar com uma economia próspera.



























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