Governo poderia mitigar o potencial do conflito
Nas próximas semanas algumas escolas particulares reabrirão, permitindo a volta dos alunos. Cuidados para evitar o contágio da Covid-19 estão sendo tomados, como o distanciamento entre alunos, uso de máscaras e recomendações para não tocar o rosto com as mãos. Dada a elevada capacidade de disseminação do vírus, é duvidoso se essas medidas serão suficientes.
Por outro lado, como entidades privadas, essas escolas precisam voltar às atividades para que possam sobreviver nos próximos meses. Essa necessidade não se restringe apenas às escolas, como quaisquer outros estabelecimentos privados que foram fortemente atingidos pela pandemia. Os mais atingidos, em todo o mundo, são as empresas de tamanhos pequeno e médio.
Assim temos um conflito entre seguir normas mais rígidas de segurança e a sobrevivência de empresas. O governo poderia intermediar o conflito com medidas de auxílio financeiro para a população, mas como os números mostram, embora tenha ajudado a minimizar o impacto da Covid-19, o auxílio financeiro, o incentivo ao crédito e a queda da taxa de juros Selic não conseguiram barrar os efeitos adversos do coronavírus.
Muito provavelmente teremos uma vacina eficaz no primeiro semestre do próximo ano. Uma segunda hipótese é a imunidade comunitária - nome menos feio do que imunidade de rebanho -, pela qual grande número da população foi infectada, reduzindo futuras contaminações no restante da população. Entretanto, essas duas opções estão ainda distantes. O conflito entre medidas de contenção do vírus e a sustentabilidade financeira das empresas seguirá nas próximas semanas.
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