domingo, 23 de agosto de 2020

Políticas de transferência de renda são, em geral, mais eficientes do que políticas de controles de preços

Preços de mercado refletem escassezes de produtos e permitem alocações eficientes

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A coluna de Samuel Pessoa desse domingo chamou a atenção para o desperdício de dinheiro público com o programa Minha Casa Minha Vida, o qual entregou 1,8 milhão de unidades, sendo 1,2 milhão delas desperdiçadas, pois o déficit habitacional antes da criação do programa (2009) era de 5,1 milhões de casas, mas o mesmo déficit se elevou para 5,5 milhões em 2015.

Claro que o programa foi bem intencionado, queria resolver um dos problemas de nossa sociedade. Tentou ajudar as famílias pobres. Entretanto, faltou melhor instrumentação para a tarefa. Não é de hoje que nosso governo apresenta resultados insatisfatórios quando assume o papel produtivo. Por isso que destacados autores do passado, como Eugênio Gudin e Roberto Campos, ou contemporâneos, como Pedro Malan, argumentam - de forma correta - que o ideal seria que nosso governo se concentrasse em áreas prioritárias e com elevado retorno social, como educação e saúde, e reduzisse o seu papel como empresário, pois para essa função temos o setor privado.

Outro ponto é não somente arguir pela expansão do gasto público, mas analisar o seu resultado. Como os recursos são escassos, devemos saber utilizá-los da melhor forma possível, com o maior retorno. No caso do governo, os recursos utilizados são provenientes da sociedade, sendo mais uma razão para saber utilizá-los com maior sabedoria.

No ensino de economia é ensinado que a melhor forma de o governo ajudar a sua população é pela transferência de renda, em detrimento da alteração dos preços de mercado. Pela transferência, o mercado continua funcionando sem distorções, e o governo apenas eleva o poder de compra de alguns participantes desse mercado. Por outro lado, quando alteram-se os preços, perturba-se o funcionamento da lei da oferta e da demanda, reduzindo a eficiência alocativa desse mesmo mercado. 







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