sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Acordo de livre comércio com a União Europeia sofre outro revés

Justificativa é o descaso com a Amazônia

brasil, desmatamento


É preocupante a mensagem da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, de que o acordo de livre comércio entre a União Europeia e os países do Mercosul pode não se concretizar por conta das críticas internacionais que o governo brasileiro tem recebido por causa das queimadas na Amazônia

Hoje a Nasa divulgou estudo no qual responsabiliza o desmatamento da floresta por conta de 54% dos seus incêndios. Estudos estão se acumulando e convergindo para a conclusão de que a Amazônia está realmente sofrendo forte desmatamento nesse ano. Embora grande parte da população considere essa questão de importância secundária.

Voltando aos países europeus, não somente a Alemanha, maior economia da região, mostrou preocupação com o que acontece aqui. Ela juntou-se à Áustria, Holanda, Bélgica, França, Irlanda e Luxemburgo. Como a ratificação do acordo necessita da aprovação de todos os países, a concretização desse pacto se tornou muito difícil em relação às altas expectativas levantadas no ano passado.

No caso do nosso governo, falta uma dose de pragmatismo nesse tipo de política. Há crescente demanda internacional para cuidados com o meio ambiente. Temos os títulos "verdes", emitidos por empresas que conciliam a busca do lucro com objetivos sociais, como menor desmatamento. Consumidores passarão a preferir mercadorias com rótulo "verde". E nosso país parece ignorar esse movimento. A mesma crítica pode ser colocada quanto às relações bilaterais. Os chineses são os principais compradores de nossas exportações, e mesmo assim alguns ministros vociferam grosserias contra eles. A consequência pode ser a mesma que presenciamos com a União Europeia: o enfraquecimento de laços comerciais e mais uma oportunidade perdida de ampliar o comércio internacional e combater a baixa abertura comercial do país.




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